A banda de hardcore Dillema/Pe, que concedeu a primeira entrevista ao zine, assinou em abril/2013, com o selo BLS, que também conta com as bandas Pense e Cordoba. Ótima oportunidade para o Dillema expandir seu trabalho para outras regiões, principalmente com o segundo CD já encaminhado. Conheci a banda em 2010, época do antigo Orkut e do recém-lançado 1º CD Expresso Barbárie. Sinto uma grande felicidade de, 03 anos depois, ter a oportunidade de entrevistar a banda e de dar essa grande noticia. Agora é torcer para que venha uma boa tour e que a banda passe cada vez mais sua mensagem a diante.
terça-feira, 25 de junho de 2013
Dillema assina com o selo Burning London Sounds
A banda de hardcore Dillema/Pe, que concedeu a primeira entrevista ao zine, assinou em abril/2013, com o selo BLS, que também conta com as bandas Pense e Cordoba. Ótima oportunidade para o Dillema expandir seu trabalho para outras regiões, principalmente com o segundo CD já encaminhado. Conheci a banda em 2010, época do antigo Orkut e do recém-lançado 1º CD Expresso Barbárie. Sinto uma grande felicidade de, 03 anos depois, ter a oportunidade de entrevistar a banda e de dar essa grande noticia. Agora é torcer para que venha uma boa tour e que a banda passe cada vez mais sua mensagem a diante.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Resenha: O Diabo Sempre Vem Pra Mais Um Drink

Resenha: O Diabo Sempre Vem Pra Mais Um Drink é o título do segundo livro do Nenê Altro, lançado em 2011 pela teenager in a box de forma independente, e que da sequência final à seu antecessor ''Funerais do Coelho Branco''.
De forma poética, o autor narra uma época de sua vida, ou uma transição, onde ainda lidava com ''poetas'' à ''geminhas moles'', mas sempre consciênte de seu inimigo ''EU''. Essa transição que tantas vezes parece incerta durante a leitura, vai se mostrando em pequenas linhas, e versos, que denotam essa vontade de mudança, e creio que se concretizando ao final do livro e por fim com a sua publicação.
Mais do que claro está a necessidade do autor escrever. Não uma necessidade qualquer, movida à prazos ou interesses. É uma espécie de catarse, libertação de tudo que esta preso dentro de si. Tão libertadora que Gregor Samsa, incapacitado de escrever, sentiria inveja em seu pequeno quarto fechado.
São 55 poemas em quase 100 folhas, dentre os quais destaco: ''Mau Ateu'', ''Hoje Eu Mataria Um Poeta", ''Cão Sem Bolas'' e ''I See the Bad Moon Rising''. Com grandes ilustrações de Felipe Moreno e ainda prefácio do cantor Jair Naves. Para comprar o livro, mande email para: teenagerinaboxdistro@gmail.com que irá receber todas as informaçôes de como adquiri-lo.
''Para ler, ou se preferir, atirar ao mar''.
sábado, 15 de junho de 2013
Entrevista: Nenê Altro (Dance of Days e Seek Terror)
Muitos leitores desse blog não eram nem nascidos enquanto o entrevistado dessa edição já estava cantando por diversas bandas punks. Só para deixar um pequeno registro, aí vai algumas das principais: Sick Terror, Dance of Days, Mal de Cain, Pesonal Choice, Maldita Minoria e Total Terror Dk. Isso por que deixei algumas, da imensa lista, de fora.
Mais que punk, um incentivador da cena underground no geral, trabalha com zines e selos musicais. O próprio Zine Manifesto surgiu, um pouco, influenciado por isso. No passado, ele produziu o lendário Jornal Antimídia, e atualmente é o Rock do ABC que marca presença.
O resultado de todo esse trampo não poderia ser diferente, só o DoD já esta na ativa há mais de 15 anos com 10 Cds lançados, 02 Dvds, e um publico mais que fiel à banda.
Entrevistar o Nenê Altro é mais uma conquista para um Zine que começou timido, e em menos de 05 meses, já na terceira edição (especial), colhe os frutos que a atitude DIY rende. Definitivamente quando se tem vontade, as coisas acontecem. Esse é o espirito: a vitória ou coisa que valha!
ZM. 16 anos de estrada com o Dance of Days, muitos CDs e DVDs lançados depois, e finalmente prestes a lançar um novo trabalho, quais as principais mudanças positivas e negativas que você vê nos dias de hoje?
NENÊ ALTRO – Cara, vou te falar que eu curti muito os anos 80, 90 e 2000, mas não sou saudosista, o que tem hoje rolando é muito bom, tem muita banda boa, muita molecada interessada. Acho que o grande inimigo mesmo é esse “senso comum” de que tudo ficou pra trás. Aprendi isso, até mesmo com o Dance of Days, aproveitar o máximo e viver o presente, nem de sombras do passado nem de planos pro futuro.
ZM. Além do Dance of Days, conte um pouco sobre quais são as bandas você esta trabalhando como o Seek Terror e atividades como zines, politica, livros etc.
NENÊ ALTRO – Bom, além do Dance of Days só canto mesmo no Seek Terror, que foi uma história bem esquisita. Eu e o Marcelo criamos a banda em 1999, fizemos todas as letras, todas as músicas, ele saiu em 2002, eu saí em 2004, a banda meio que devia ter terminado, mas tentou seguir um pouco só que virou uma parada completamente diferente e acabou. Aí quando anunciamos o retorno com a formação original, incluindo o batera monstro Sandro Dias, que gravou o Aborto Legal e fez boa parte da turnê do Peste Católica, um outro antigo membro da banda registrou o nome que eu e o Marcelo criamos e nos impediu de usá-lo. No começo foi meio chato, ficamos meio tristes, mas depois resolvemos usar isso como um marco para um novo começo, uma nova banda, até porque já estávamos ensaiando uma parada mais street punk antes de pensarmos em voltar com o Seek Terror, então resolvemos juntar tudo e fazer o som punk que tanto amamos fazer. E fora que podem tirar tudo da gente, menos a criatividade e a verdade de fazer as coisas com o coração. O novo trabalho está um milhão de vezes mais legal que tudo que fizemos no estilo. Quanto a política, eu tentei participar de um coletivo anarquista entre 2010 e 2011, pois faço parte da luta desde o final dos anos 80, mas percebi que uma vez anarco-indivudualista sempre anarco-individualista. Não tenho paciência pra deliberações e condutas em grupo. Se eu quero fazer algo simplesmente vou e faço. E essa é minha maneira de fazer política.
ZM. Sobre o novo CD do DoD, como andam as gravações, tem alguma influencia ou sonoridade que esta sobressaindo? O que pode adiantar para os fãs?
NENÊ ALTRO – Temos cerca de 16 músicas prontas e ensaiadas, acho que vamos escolher umas 14 disso tudo. O som é Dance of Days, acho que não tem mais como falar que parece isso ou aquilo depois de tantos anos. Podemos tentar fazer som 80, punk rock, hardcore, pós-punk, que no final fica sempre com a mesma cara rsrsrs Devemos gravar entre Julho e Agosto de 2013, pelo menos esse é o plano. Mas não estamos com pressa, eu, particularmente, quero fazer um disco bom, independente de gravar logo ou mais pra frente.

NENÊ ALTRO – Não é nem tão recente mais, em Agosto já faz um ano e ele já está até com outra banda rsrsrs Mas sei lá, toda mudança de estrutura pede uma fase de readaptação. Tivemos que fazer novos arranjos, pois decidimos não colocar outra pessoa no lugar dele e seguirmos em quatro. Eu toco com o Verardi desde antes dele entrar no Dance of Days, de quando criamos o Seek Terror, então sempre soube que ele tinha potencial pra segurar essa responsabilidade. É claro que a sonoridade ficou mais a cara dele, mais punk, crua. Eu estou curtindo muito. E acho que a galera vai gostar bastante do novo disco só com ele.
ZM. O diy no punk é muito conhecido, porem, pouco usado. Eu mesmo penso que apenas conhecia a filosofia, e só há pouco tempo, consegui dar sentido a isso em minha vida. Você acha que o que acontece é receio ou medo de começar algo com as próprias mãos? É preciso romper muitas barreiras pra isso?
NENÊ ALTRO – Faça você mesmo é fazer sem intermediários, da sua maneira, sem esperar nada dos outros ou cair do céu. Não tem acesso a um jornal, faça você mesmo seu zine. Não gosta de nada que escuta, faça você mesmo sua banda. Tem muita gente burra no Brasil que distorceu completamente o sentido do DIY sobre argumentos idiotas que atrasaram muito tudo por aqui, confundindo o faça você mesmo com políticas de subculturas fechadas e sectárias, por exemplo, contra lançar cd MAS a favor de lançar vinil, contra usar tinta pra cabelo MAS usar papel crepom e sabão que é tão industrializado quanto. Coisa idiota que eu até entendo ter rolado nos anos 80 pois não tínhamos internet, nem acesso fácil à informação. Hoje é só burrice mesmo. A questão é que o faça você mesmo é, acima de tudo, uma atitude política, que, aplicado de maneira a você fazer por você o que quer fazer e não depender de nada nem de ninguém remete aos próprios princípios anarquistas e é por isso que ambas as coisas acabaram se agregando ao punk desde o seu início. O que há de ser vencido hoje não é o receio ou a falta de iniciativa, mas sim a apatia. E ela deve ser vencida como um obstáculo da evolução social imposto e mantido como instrumento de controle e dominação pelos que só tem a lucrar com ela.
ZM. Você é um cara que no seu trabalho sempre passou a mensagem de se informar, ler e fazer algo construtivo, isso esta se perdendo? Principalmente em uma referencia pra molecada, sabe? Assim como tivemos o Redson (Cólera). Como você acha que vai ser pra essas novas gerações? Pros jovens pegarem uma letra de musica e sentir que tem alguém dizendo algo diferente..
NENÊ ALTRO – Jamais se perderá. Nunca sabemos demais, sempre é tempo de aprender e crescer. Eu mesmo tive uma mudança recente em meus conceitos de vida que só chegou a mim aos 40 anos de idade e não me envergonho NADA em dizer que só consegui crescer com isso agora, mas digo sim que me orgulho em ter muitos anos pela frente pra crescer mais ainda e descobrir tantas coisas boas em viver com novos prismas. O Cólera mudou minha vida pois é impossível não escutar a primeira palavra cantada pelo Redson em um vinil e não dizer “esse cara canta o que vive, ele canta com o coração”. E foi isso que eu aprendi, nisso que me inspirei pra começar minha primeira banda lá nos anos 80 e sigo assim até hoje. Sabe por que o Dance of Days soa diferente? Porque se você passar um dia ao lado de cada um da banda vai perceber que é isso o que somos, acordamos assim, vivemos assim, não é só um estilo musical. Não importa o quão diferentes nossos discos soam entre si, cada um representa uma fase verdadeira que estávamos vivendo e todos soam o mesmo pois são transparentes. Quando eu escrevo uma música é como um desabafo, não uma fórmula de “quero dizer isso, aquilo e aquela outra coisa”. Muita gente se influencia com isso e eu acho isso sensacional, pois sinto que estou mantendo acesa a mesma chama que me trouxe até aqui.
ZM. A banda já esta há algum tempo com a mesma formação. E vcs parecem muito amigos, como é a relação entre os integrantes depois de tanto tempo de banda e estrada?
NENÊ ALTRO – Somos cada vez mais amigos e estamos cada vez mais juntos. Acho que eu, principalmente, como mencionei acima, após ter vencido uma fase bem complicada de minha vida me permiti deixar aproximar mais ainda de todos eles. E estou achando fantástico.
ZM. Lembro-me de algum texto seu, onde você disse algo como ‘’nunca vi tanta gente louca como no punk, parece hospício’’, não eram bem essas palavras, mas por ai... Um lugar onde é essencial para que as pessoas se encontrem e se aceitem, acaba virando algo muito fechado e intolerante devido a pessoas que querem mais ditar, como ser e o que fazer? Às vezes penso que é excesso em querer se afirmar em algo, mesmo não sendo sincero o espirito dentro da pessoa...

ZM. As suas letras e textos são cheios de referencias à livros e autores, o que você tem lido ultimamente? Quais livros você acha indispensável para os jovens, principalmente, se libertarem das ideias impostas?
NENÊ ALTRO – Bom, no ano passado li bastante coisa do Crimethinc. Depois achei classe média norte americana bancando de miserável demais e parei de ler. Mas tem coisas boas, só que muito não se aplica a uma realidade terceiro-mundista. Max Stirner e Malatesta me ajudaram muito em minha formação, mas hoje me dão um pouco de preguiça. Pra falar a verdade o que eu acho é que você tem que ter muita bagagem cultural, ler de tudo, saber o que está rolando a sua volta, principalmente por mídias alternativas. Acho que o mundo está acorrentado demais a teorias e fórmulas do início do século passado e que algo realmente novo tenha que surgir, pois enquanto se vive de ruminar os mesmos livros e autores o capitalismo se renova em velocidade estonteante. Meu conselho é, acima de ler muito, de aprender muito, de conhecer cada vez mais, que cada um FAÇA a sua própria cultura. Suas ideias, só por serem suas e serem novas já tem muito mais valor em sua vida do que as ideias de pessoas que já viraram vermes, adubo e grama dezenas de vezes.
ZM. Quais os seus planos de vida e trabalho daqui pra frente?
NENÊ ALTRO – Bom, me estabilizei em Santo André, com minha esposa Nicolle, e juntos abrimos um novo selo independente chamado Sacco Records. Também continuarei a lançar meus próprios livros. Tenho um zine local que faço por prazer chamado Rock do ABC. Bandas só pretendo ficar com o Dance of Days e o Seek Terror mesmo. O que vou me dedicar mais é a projetos culturais na região e também ao meu trabalho como produtor musical de bandas independentes, pois sinto que após tantos anos na estrada tenho muito a passar adiante.
ZM. Muito obrigado pela entrevista ao zine, espero que tenha gostado, Nenê. Pra finalizar, gostaria que deixasse alguma mensagem para o os fãs da banda e do seu trabalho em geral. Go Dance Go
NENÊ ALTRO – Eu que agradeço! Espero ver publicada não só em formato online como impresso! Nos últimos anos eu travei uma grande luta interior e muita gente aproveitou de minha necessidade de isolamento para tentar atingir meu trabalho, minha história, minha luta. Minha mensagem nesse início de 2013 é meu muito obrigado aos que realmente me conhecem e acompanham meu trabalho e que não se deixaram atingir pela maldade que há no abismo. Hoje, após quase três anos, muita gente está chegando a mim e se desculpando, falando que foi levada pela euforia, e eu até entendo, pois precisei mesmo me isolar e por isso não podia me defender dos absurdos que falavam de mim e do Dance of Days. Mas agradeço mesmo a quem sempre esteve a meu lado, independente de que o mundo ao redor ardesse em chamas. A esses eu digo, nossa frequência está e sempre estará no ar. Forte e grande é você, fortes e grandes somos nós. Abraços galera.
quinta-feira, 13 de junho de 2013
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