quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Entrevista: Dillema/PE


Já na metade do zine, quando pensei em fazer uma entrevista para deixá-lo mais interessante, não deu outra, Dillema foi a primeira banda que veio na cabeça. Depois de alguns contatos via internet com o vocalista Pablo, a entrevista saiu da melhor forma. A banda de Olinda/Pe manda um hardcore numa linha melódica, com letras engajadas e bem positivas. O primeiro CD Expresso Barbárie conta com excelentes musicas como: A Falta, Linha Reta e Super Ação. Eu, como fan assumido, não poderia deixar de recomendar o som desses caras. Segue a entrevista a baixo:
                 

ZM: Primeiramente, como e quando a banda se formou? A proposta sempre foi essa pegada hardcore?

Pablo: A gente é a "evolução" de uma outra banda que tinhamos. Essa primeira banda começou antes de 2004, mas fizemos nosso primeiro show em 2004. Mudamos de cabeça e em 2006 inauguramos a Dillema, com um show realizado aqui em Olinda. Então, a proposta antes não era essa pegada hardcore, era uma vibe meio pop punk. Mas desde que mudamos de ideias, em 2006, quando a Dillema realmente começou, estamos nessa linha.

ZM: Além das melodias, uma grande característica do primeiro CD são as letras altamente politizadas, vc acha que o publico punk/hardcore realmente busca entender as mensagens da banda?

Pablo: Acho que muita gente tenta entender, mas não são todos. Alguns vão só pelo sentimento que o som proporciona. Valorizo as duas formas de curtir a banda, mas a gente tem o trabalho de fazer uma letra pra passar uma mensagem então é bom ter esse canal de comunicação verdadeiramente aberto. Mas como muitas partes das nossas letras são relativamente diretas, então não é muito trabalho tentar entendê-las.

ZM: Outro lance é o sotaque pernambucano que particularmente acho foda. A banda encontrou alguma dificuldade ou preconceito quanto a isso? A musica ‘’Discriminante’’ fala sobre essa parada de xenofobia...

Pablo: Encontramos estranhamento de pessoas de outros estados do Nordeste, que falaram que o hardcore não se enquadra neste sotaque. Discordo completamente, o hardcore é a gente que faz, e se é certa inovação na linha que fazemos com o sotaque natural que coloco, que seja. Não há nada de errado nem feio nisso, no meu ponto de vista.
A música discriminante, (Ouça Aqui), é de uma banda que faz isso também, de hardcore melódico aqui de Pernambuco, chamada Nonada.
Qualquer tipo de xenofobia é repulsão contra os seres humanos que, no fundo, são todos iguais entre si, então não faz o menor sentido. Somos iguais em essência e em status, do ponto de vista conceitual. O status social e as características culturais diferem e isso serve de combustível pra esse tipo de preconceito. Somos só diferentes, não faz sentido achar que somos melhores ou piores.

ZM: Um fator que eu considero predominante na cena de SP é a falta de união, por questão de estilo ou ate mesmo intrigas. Qual a sua opinião sobre a cena do nordeste?

Pablo: Também tem muita falta de união, pelo mesmo tipo de motivo. Mas também falta bastante estrutura, quando comparado a cena do Sudeste. Quando falo estrutura, me refiro ao seguinte: a correria que tá sendo feita no Nordeste atualmente é legal mas ainda está pouca, então, isso termina sendo refletido em questão de os equipamentos de som para os shows não estarem com preços tão acessíveis e não aparecem tantas casas de show disponíveis. Mas um dos principais problemas é realmente a falta de união e o preconceito. Por exemplo, algumas pessoas sentem que uma parte da cena anarcopunk termina por querer segregar a parada. E ainda tem uma outra galera que dá corda pra "produtor" de merda que cobra pra bandas iniciantes tocarem. Isso só atrapalha a onda. Porém, temos que olhar pra o nosso umbigo, sempre, e ver o que estamos fazendo, se estamos buscando a onda pra nós e pra todos, sem preconceitos e sabendo respeitar e cobrando respeito. Queríamos trazer mais bandas de outras partes do Brasil, mas as passagens de avião terminam ficando caras.
No sudeste é legal, pois é um pico que tem bandas muito fodas, nacionalmente, e é tudo pertinho, inclusive perto do Sul. Daí, rola mais facilmente essa integração.
                                                                                                                               
ZM: Quais suas dicas de bandas nordestinas?         

Pablo: Rótulo, Not My Problem, Piron Heron, Born To Freedom, White Myself, Mutação, Nonada, Retroline, NoSkill e Dillema haha.


ZM: Sobre o próximo disco intitulado ''Resistência'', como anda as gravações? Tem alguma previsão de lançamento? Alguma mudança em relação ao ''Expresso Barbárie''? 

Pablo: Haverá mudanças sim. A pegada será mais forte e "moderna", com elementos mais crus e outros mais "rebuscados". Acho que vai ficar legal. Estamos com 5 músicas ensaiadas. Temos que dar continuidade as outras, devemos terminá-las em uns 2 ou 3 meses e depois gravaremos, mixaremos e soltaremos! haha

ZM: Alguma possibilidade de tour pelo sudeste?
                                                           
Pablo: Sim. Faremos de tudo. Não sei se teremos grana pra isso, vai depender de quem puder bancar algo pra gente e dos nossos horários de trabalho e estudo. Fora isso, estaria tudo certo! hahaha Mas faremos de tudo pra isso acontecer logo após o lançamento do disco.

ZM: Pra finalizar, deixe os contatos da banda.                                   
                                                                                                  
Pablo: Tem o nosso facebook: https://www.facebook.com/dillema.pernambuco?fref=ts , tem o oi novo som:  http://oinovosom.com.br/dillema_pe, tem o trama: http://tramavirtual.uol.com.br/dillemape, e tem o myspace: http://www.myspace.com/bandadillema. Qualquer coisa, é só mandar e-mail pra dillemacontato@gmail.com ou pabloodecastro@gmail.com

 

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